sexta-feira, 23 de março de 2007

reportagem sobre a alimentação ( poderá sofrer alterações nomeadamente a inclusão de fotos)

Entre filosofias de que “magreza é beleza” e que “gordura é formosura” será que a nossa história vai ter um final feliz?
Actualmente, a obesidade é um problema de saúde pública que tem vindo a aumentar.
Prova disso, é o último relatório da OMS/FAO publicado em 2003, onde refere que a epidemia da obesidade atingiu já em 2003 quase todos os países ricos e pobres.
Na maioria dos países europeus a prevalência da obesidade é de 10% A 25%, e o caso Português é ainda mais alarmante visto que 35,2% dos portugueses tem excesso de peso e que 14% são obesos.
Cláudia Silva, nutricionista falou-nos sobre a sua preocupação e alertou-nos para o perigo da obesidade infantil: “a obesidade quer no mudo que em Portugal é um problema de saúde pública e penso que esta a aumentar, e esta a aumentar numa faixa etária preocupante que é nas crianças e adolescentes e é preocupante porque é neles que recorremos o risco de virmos a ter adultos obesos”, afirma.
De facto, são nos pré-adolescentes que isto se torna mais visível.
No ensino básico, as crianças são ensinadas a terem uma alimentação saudável, aprendem a roda dos alimentos e as escolas costumam praticar uma politica de alimentação saudável nas suas cantinas e bares. Isabel de 12 anos conta nos que costuma comprar nos intervalos da escola um sumo e um bolo ou um pão com manteiga porque “na escola não vende gomas e muito chocolate”.
Na realidade, são nestas idades que as crianças estão, de certa forma, protegidas pois enquanto ainda comem nas cantinas estão “sujeitos” a terem como sobremesa uma peça de fruta ou iogurte, levar uma salada a acompanhar a refeição, levar sopa e uma água para beber. Quando chegam a casa, na maioria das vezes devido ao ritmo de vida dos pais, isso nem sempre é possível. “Sopa, nem sempre, só quando tomo na escola” na realidade consumem peixe com pouca regularidade, dai que seja essencial fundamentar o gosto e a rotina do seu consuma nas escolas.
É na pré-adolescência que o caso se torna mais preocupante pois é aí que eles começam a ter uma certa liberdade de escolha e aí nem sempre, muito raramente, ou nunca, almoçam nas cantinas das escolas, mas optam, por fazê-lo nos cafés e nas cadeias fast-food mais próximas.
Susana, estudante de 15 anos revela que costuma tomar coca -cola como pequeno-almoço! Apesar de surpreendente, afirma que é algo frequente entre ela e os seus colegas. Nos intervalos costumam repetir a dose. Susana, revela ainda que come a sua comida preferida, pizza, com frequência.
Sandra, de 12 anos, firma que se pudesse escolher entre comer fast-food ou algo caseiro escolheria pizza! De notar, que estes entrevistados, apesar de gostaram de fruta nunca a escolheria como sobremesa face a um bolo ou gelado.
Não há uma consciência real dos perigos de não ter uma alimentação saudável; e já se começam a sofrer esses efeitos, e a obesidade não é a única consequência de uma alimentação desequilibrada porque, além das doenças como o diabetes a anorexia, também tem vindo a aumentar, e de acordo com a nutricionista começam a surgir em Portugal alguns problemas com a anorexia e hiper anorexia nervosa e lamentavelmente “mais daqueles que imaginamos”.
Os dados do Instituto Nacional de Saúde revelam que não é só o número de indivíduos com excesso de peso que tem vindo a aumentar, mas que, igualmente, o numero de indivíduos com um peso extremamente baixo, comprovando a existência de uma alimentação insuficiente, excessiva ou desequilibrada na maioria dos indivíduos.
Mas o que será, afinal, uma alimentação saudável?
Cláudia Silva afirma que “ uma alimentação saudável é, em primeiro lugar, aquela que tem que ser completa, variada e equilibrada e seguir, no fundo, tudo aquilo que é concebida na roda dos alimentos, comer de 3 a 3 horas, não comermos muitas gorduras, termos cuidado com os doces e mexer nos”.
A maioria não tem noção do quanto mal faz saltar refeições, principalmente o pequeno-almoço. Se o caso for falta de tempo, a melhor solução será trazer algo consigo, pois saltar refeições contribui para a perda de massa muscular. As consequências de não tomar o pequeno-almoço são ainda maiores sendo algumas hipoglicemias matinais, falta de atenção e a diminuição do rendimento intelectual.
A falta de tempo é então inimiga da alimentação saudável dos portugueses e da nossa chamada “alimentação mediterrânea” da qual nos distanciamos cada vez mais.
A dieta mediterrânea é o resultado de uma saudável e equilibrada combinação de ingredientes, características dos países mediterrâneos. Segundo Cláudia Silva a cozinha portuguesa é, sem sombra de dúvidas, apropriada a uma alimentação saudável e é preciso nos manter no bom caminho. “ É muita rica em cozidos em grelhados, churrascos, caldeiradas e apesar de fritos e assados, esses são, basicamente, herdados. O que é preciso é tomar em conta algumas medidas alimentares que não são as nossas ,s, saincorrectos, são comidas plásticas de muitos confeccionados, alimentos muito densos em calorias e pouco ricos em termos nutricionais. Portugal ainda esta inserida dentro do padrão de alimentação mediterrânea e penso que deveríamos manter no bom caminho”.




Cláudia Silva, chama ainda atenção para a importância da água e sopa nas nossas alimentações. “a sopa é muito rica em hortaliças e em tudo que está associado a vitaminas e minerais e se for tomado ao inicio das refeições quebra um pouco o apetite e portanto pode ser uma boa medida de prevenir a obesidade”.
A maneira mais comum de perder peso, parece continuar a ser ,,,,,,asssatravés de comprimidos, mas Cláudia Silva, avisa que não podemos esperar perder peso, rapidamente, de uma forma correcta e que não tenhamos ilusões: Se alguém perder peso com medicamentos, assim que os deixar de tomar, se não mudar os seus hábitos alimentares e fizer exercício físico, retorna rapidamente ao peso anterior, por isso, é preciso ter cuidado com a boca”.
Para esta profissional de saúde, a melhor forma de perder peso é, de facto, ter cuidado com o que se come, mas como é menos penoso ingerir medicamentos que segurar o apetite, as pessoas recorrem às farmácias como auxilio base.
Para perder peso correctamente é preciso recorrer a um nutricionista com um plano alimentar ajustado a cada pessoa, ao seu peso e actividade e aumentar a pratica de exercícios. Chama atenção que “ter uma boca saudável não significa necessariamente passar fome, só 2% dos meus doentes dizem que sentem fome as vezes.”
O que é preciso é ter determinação, e conforme Cláudia Silva conta “o problema está em cumprir”. De facto, embora sejam as mulheres que a procuram com mais frequência, principalmente na Primavera quando esta a chegar ao Verão, os homens costumam ter melhores resultados, uma vez que são, segundo a nutricionista, mais determinados, “Um homem, quando esta decidido a cumprir um plano alimentar, cumpre o mais de que uma mulher.

Um caso de sucesso
Hélder Barbosa, de 27 anos, é um verdadeiro caso de sucesso e o retrato de determinação e força de vontade.
Gerente de um restaurante fast-food tomou há dois anos uma opção: iria perder peso, ou seja, adoptar uma alimentação saudável, o que considera ser uma melhor maneira de estar na vida. A decisão não foi fácil devido à facilidade com que se deparava diariamente com fast-food, mas estava determinado a fazê-lo. Visitou uma nutricionista e, a partir daí, ,consegui gerir e cumprir seu plano alimentar sozinho, com muita força de vontade.
De facto, perdeu 40 quilos em três meses, “Comecei a comer de uma forma mais equilibrada, e isso significa, comer menos quantidade nas poucas refeições que antes fazia, aumentar o número de refeições e repartir entre elas. Introduzi sopa no menu, o que foi muito importante, fruta e água. Antes bebia pouca e agora bebo pelo menos 3 litros por dia. Deixei de comer as porcarias que fazem mal!”.
O seu segredo? Muita determinação. Não passa fome e nunca deixou de comer e confessa que vai uma vez por mês ao fast-food “para tirar desejos “ (…).
O truque será aumentar o número de refeições e comer, um pouco, em cada uma delas.
Esses são os “ingredientes” para que todos possamos ter uma alimentação saudável e assim ter, também um final feliz.

Sandra Cunha, 14774,3º ano de Ciências da comunicação

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